sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Diz-me onde moras... (de Miguel Esteves Cardoso)

"Um dos grandes problemas da nossa sociedade é o trauma da morada. Por exemplo, há uns anos, um grande amigo meu, que morava em Sete Rios, comprou um andar em Carnaxide. 
Fica pertíssimo de Lisboa, é agradável, tem árvores e cafés. Só tinha um problema. Era em Carnaxide. 
Nunca mais ninguém o viu. 
Para quem vive em Lisboa, tinha emigrado para a Mauritânia! 
Acontece o mesmo com todos os sítios acabados em -ide, como Carnide e Moscavide. Rimam com Tide e com Pide e as pessoas não lhes ligam pevide. 
Um palácio com sessenta quartos em Carnide é sempre mais traumático do que umas águas-furtadas em Cascais. É a injustiça do endereço. 
Está-se numa festa e as pessoas perguntam, por boa educação ou por curiosidade, onde é que vivemos. O tamanho e a arquitectura da casa não interessam. Mas morre imediatamente quem disser que mora em Massamá, Brandoa, Cumeada, Agualva-Cacém, Abuxarda, Alformelos, Murtosa, Angeja, ou em qualquer outro sítio que soe à toponímia de Angola. Para não falar na Cova da Piedade, na Coina, no Fogueteiro e na Cruz de Pau. 
(...) 
Ao ler os nomes de alguns sítios - Penedo, Magoito, Porrais, Venda das Raparigas, compreende-se porque é que Portugal não está preparado para entrar na Europa. 
De facto, com sítios chamados Finca Joelhos (concelho de Avis) e Deixa o Resto (Santiago do Cacém), como é que a Europa nos vai querer integrar? 
Compreende-se logo que o trauma de viver na Damaia ou na Reboleira não é nada comparado com certos nomes portugueses. 
Imagine-se o impacto de dizer "Eu sou da Margalha" (Gavião) no meio de um jantar. 
Veja-se a cena num chá dançante em que um rapaz pergunta delicadamente "E a menina de onde é?", e a menina diz: "Eu sou da Fonte da Rata" (Espinho). 
E suponhamos que, para aliviar, o senhor prossiga, perguntando "E onde mora, presentemente?", Só para ouvir dizer que a senhora habita na Herdade da Chouriça (Estremoz). 
É terrível. O que não será o choque psicológico da criança que acorda, logo depois do parto, para verificar que acaba de nascer na localidade de Vergão Fundeiro? 
Vergão Fundeiro, que fica no concelho de Proença-a-Nova, parece o nome de uma versão transmontana do Garganta Funda. 
Aliás, que se pode dizer de um país que conta não com uma Vergadela (em Braga), mas com duas, contando com a Vergadela de Santo Tirso? 
Será ou não exagerado relatar a existência, no concelho de Arouca, de uma Vergadelas? 
É evidente, na nossa cultura, que existe o trauma da "terra". 
Ninguém é do Porto ou de Lisboa. 
Toda a gente é de outra terra qualquer. Geralmente, como veremos, a nossa terra tem um nome profundamente embaraçante, daqueles que fazem apetecer mentir. 
Qualquer bilhete de identidade fica comprometido pela indicação de naturalidade que reze Fonte do Bebe e Vai-te (Oliveira do Bairro). 
É absolutamente impossível explicar este acidente da natureza a amigos estrangeiros ("I am from the Fountain of Drink and Go Away..."). 
Apresente-se no aeroporto com o cartão de desembarque a denunciá-lo como sendo originário de Filha Boa. 
Verá que não é bem atendido. (...) Não há limites. Há até um lugar chamado Cabrão, no concelho de Ponte de Lima !!! 
Urge proceder à renomeação de todos estes apeadeiros. 
Há que dar-lhes nomes civilizados e europeus, ou então parecidos com os nomes dos restaurantes giraços, tipo : Não Sei, A Mousse é Caseira, Vai Mais um Rissol. (...) 
Também deve ser difícil arranjar outro país onde se possa fazer um percurso que vá da Fome Aguda à Carne Assada (Sintra) passando pelo Corte Pão e Água (Mértola), sem passar por Poriço (Vila Verde), e acabando a comprar rebuçados em Bombom do Bogadouro (Amarante), depois de ter parado para fazer um chichi em Alçaperna (Lousã). 
(Miguel Esteves Cardoso) 
PS. Só faltou referir o Triângulo Erótico da Bairrada (Ancas, Bustos, Mamarrosa)!


Grandes bares!!



quinta-feira, 15 de agosto de 2013

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Joalharia, esse ponto importante de referência!

Um casal foi às compras no shopping, quando, de repente, a mulher procurou pelo marido e notou que ele não estava por perto. Enfurecida, ela pegou o celular e ligou para ele: 
“-Hó desgraçado, como é que você sai assim sem me avisar pra onde vai? Onde é que você está, seu cachorro!?” 
Calmamente, ele explica: 
“-Querida, lembra daquela joalharia onde você viu um colar de diamantes e se apaixonou por ele, mas que no dia eu não tinha dinheiro para comprar e então eu disse: Amor, um dia ele será seu!?"
Envergonhada pela maneira grosseira com que falou com o marido, ela abriu um sorriso de orelha a orelha, e, com os olhos brilhantes, respondeu, toda melosa: 
“-Hó meu amorzinho, lembro sim! Claro que estou lembrada!” 
“-Pois então” - respondeu ele “-estou no bar ao lado!”

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Passarinhos!...


Sapatos!






















Português das Arábias...

José, português de gema, natural de Coimbra, em viagem de negócios, longe da família... livre que nem um passarinho.
Quarenta anos, executivo, senta-se na cadeira do avião com destino a New York e maravilha-se com uma deusa sentada junto à janela.
Após 15 minutos de voo, não se contém:
É a 1ª vez que vai a New York?
Não, é uma viagem habitual.
Trabalha com moda?
Não, viajo em função de minhas pesquisas. Sou sexóloga.
As suas pesquisas dedicam-se a quê?
No momento, pesquiso as características do pénis masculino.
A que conclusão chegou?
Que os africanos são os portadores de pénis com as dimensões mais avantajadas e excitantes e os Árabes são os que permanecem mais tempo no coito. Logo, são os que proporcionam mais prazer às suas parceiras. Já os Europeus não costumam fazer parte das minhas pesquisas porque são portadores de um pénis desmotivador... quase que não dão prazer às mulheres... Desculpe-me senhor, eu estou para aqui a falar mas não sei o seu nome...
- AL Mohammed Issufo Nhantumbo! Filho de pai árabe e mãe africana...